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Parque Pedra de Xangô

Prefeitura inaugura Parque Pedra de Xangô

Foto: Betto Jr/Secom

Salvador ganhou no dia 4 de abril um novo espaço de lazer, integração à natureza e, principalmente, que reverencia duas fortes características do local: a história e a religiosidade. Inserido na poligonal da Área de Proteção Ambiental (APA) Vale da Avenida Assis Valente, em Cajazeiras X, o Parque Pedra de Xangô foi inaugurado pela Prefeitura, no dia em que completa cinco anos de tombamento do monumento lítico como Patrimônio Cultural da cidade. A solenidade contou com as presenças do prefeito Bruno Reis, gestores municipais e representantes de entidades de matriz africana.

Com investimento de quase R$8 milhões, o novo espaço de convivência se constitui como importante símbolo histórico, cultural e religioso de Salvador, além de ser voltado para a conservação ambiental e desenvolvimento sustentável participativo. As intervenções englobam, ainda, a urbanização da Avenida Assis Valente. A via passou por serviços de macrodrenagem, pavimentação asfáltica, construção de meio-fio e passeio em concreto, pavimento em paralelepípedo de granito selecionado, além de 636 m² de espelho d’água. A obra foi fiscalizada pela Superintendência de Obras Públicas (Sucop)

Projeto – O projeto urbanístico do Parque Pedra de Xangô foi coordenado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) e teve efetiva participação da comunidade local, especialmente de representantes de religiões de matriz africana. Também houve colaboração de acadêmicos, pesquisadores e ambientalistas.

Poligonal ampliada – Com uma área de intervenção urbanística de 67 mil m², o projeto do Parque da Pedra de Xangô contemplou a criação da via de monitoramento e o desvio da Avenida Assis Valente. Isso permitiu que a Prefeitura ampliasse a poligonal do parque, protegendo a Pedra de Xangô, que está envolvida por uma vegetação remanescente de Mata Atlântica, reforçando, assim, o caráter sagrado do local.

O equipamento apresenta-se como uma contribuição para a melhoria das condições socioambientais da região de Cajazeiras e adjacências. Moradores e frequentadores do local entendem que a criação da APA Municipal é uma estratégia que atua como escudo contra um avanço indesejado sobre a Mata Atlântica, evitando a derrubada de árvores para implantação de loteamentos clandestinos em áreas de proteção.

Memorial – A única edificação projetada no Parque Pedra de Xangô é um memorial com cerca de 500 metros quadrados de área construída e que tem o objetivo de abrigar os registros e experimentos das principais funções do parque, além de fortalecer os laços dos seus frequentadores com a natureza e o conhecimento das práticas religiosas e ambientais. 

O projeto arquitetônico do memorial materializa o conceito que permeou toda a concepção do projeto ao acompanhar a forma das curvas da encosta existente no local. Para a estrutura, foram utilizados materiais ligados à simbologia do ambiente: as paredes, por exemplo, foram construídas em taipa de pilão, tijolo ecológico e pilares metálicos, referências a elementos relacionados à Terra e ao orixá Xangô. Todo o parque e entorno contam com 62 pontos de luz instalados, entre luminárias viárias, decorativas e projetores de LED. 

A estrutura abriga uma sala multiuso, área para exposição de trabalhos, administração do parque, sanitários e um espaço destinado à comercialização de comidas e artesanatos. No entorno do memorial, há um anfiteatro a céu aberto, bancos com pergolados, além de rampas de acesso, guarda-corpo e corrimãos para o deslocamento de pessoas com dificuldades de locomoção. O paisagismo também foi valorizado com plantio de gramado e mudas de árvores. 

Gestão do parque – De acordo com a secretária de Sustentabilidade e Resiliência (Secis), Marcelle Morais, já está em andamento a criação do conselho gestor do Parque Pedra de Xangô, sob a coordenação da pasta, com a proposta de trazer melhorias para a preservação do meio ambiente e demandas das religiões de matriz africana. Durante a obra, foi formado um grupo de trabalho, com representantes do poder público e da sociedade civil, para discussão e acompanhamento das intervenções.

Tombamento e história – Símbolo sagrado e elemento cultural afro-brasileiro, a Pedra de Xangô foi tombada em maio de 2017 como patrimônio cultural do município.

Em 2005, a pedra foi completamente desnudada e por pouco não foi implodida para dar lugar à construção da Avenida Assis Valente. Através do movimento do povo de santo, em 2016, o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) contemplou a criação do Parque Pedra de Xangô, a APA municipal Vale do Assis Valente e o Parque em Rede Pedra de Xangô, com a finalidade de preservar todas as áreas verdes ainda existentes no entorno. 

O livro “Pedra de Xangô: um lugar sagrado afro-brasileiro”, fruto de dissertação de mestrado de Maria Alice Pereira da Silva, defendida no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia (Ufba), traz importantes recortes sobre a história da pedra.

Foto: Betto Jr/Secom
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